Hoje o combate a pirataria é a principal dor de cabeça no combate à falsificação de produtos e tem feito a Pacific Market International (PMI), dona da marca, subir a barra nas ações de prevenção e contenção das atividades criminosas.
A solução derrubou 65.000 links desde o início dos trabalhos, 15.000 apenas nos primeiros meses de 2023. Mas não é mais suficiente. O modus operandis dos falsificadores mudou e a operação brasileira ganhou reforços.
A empresa contratou nos últimos meses um escritório de advocacia para fortalecer as ações junto ao poder público. O escritório entra na organização das denúncias e formação de dossiês com informações sobre lugares que comercializam produtos de origem ilícita.
A primeira ação foi realizada na 25 de Março, em São Paulo, e encontrou produtos falsos em 15 estabelecimentos da região conhecida pelo comércio popular.
"Antes, a maior ameaça era online, nas mídias sociais e marketplace, mas os produtos começaram a aparecer nos pontos de venda de forma expressiva", diz Pedro Ipanema, vice-presidente de Marketing da PMI, empresa responsável pela marca desde 2002.
A partir de agora, a ideia é intensificar a agenda, outras três ações já estão previstas. "Aos poucos, a gente vai para o Brasil todo", diz. "Acho que o grande furo será quando a gente pegar o depósito que vendeu para essas pequenas lojas".
O próximo passo nesta cadeia é descobrir as fábricas na China por trás da falsificações e acionar o governo local.
O processo de falsificação percorre uma logística conhecida:
Os pedidos saem daqui e as fábricas chinesas cuidam da produção dos itens.
A entrada no Brasil vem por rotas diversas, tentando enganar a fiscalização em portos ou por caminhos mais tortuosos, cruzando fronteiras.
Ações de buscas e apreensões não são uma novidade na história da marca na região, já ocorreram em países vizinhos como Uruguai, Paraguai, mas o Brasil está levando a outro patamar.
Entre os cinco maiores mercados em faturamento para a marca, o país lidera globalmente no quadro de falsificações.
Como funciona o selo para novos produtos Stanley
O problema tem feito com o que o país se torne uma espécie de hub da PMI na adoção de tecnologias antifraudes. A ferramenta de varredura online foi usada primeiro aqui e só agora começa a ser disponibilizada a países da região.
A empresa não consegue quantificar os impactos dos produtos falsos, mas encara as iniciativas como parte de uma estratégia de prevenção para conter danos que mexam em definitivo com os ponteiros do negócio.
A mais recente novidade, também com ‘premiere’ por aqui, é o desenvolvimento de um selo anticópia. A Stanley foi atrás de uma tecnologia desenvolvida pela SICPA Holding, empresa suíça especializada em tintas de segurança para moedas e produtos e que tem entre os clientes a casa da moeda dos Estados Unidos.
Nos copos e garrafas que começam a chegar no mercado, os selos vão aparecer tanto na parte externa da embalagem quanto nos próprios produtos.
O primeiro, na caixa, muda de cor e enunciado de acordo com o ângulo de visão; e o segundo direciona para um aplicativo proprietário em que o consumidor pode checar a autenticidade do produto.
"É uma etiqueta que se as pessoas tentarem tirar para colocar em outro produto, ela se destrói. E, ao mesmo tempo, aguenta uma quantidade boa de lavagens, até em máquina de lavar e altas temperaturas", diz Ipanema.
Segundo o executivo, como muitos estabelecimentos ainda têm estoques, ainda vai levar um tempo até que os novos modelos sejam maioria nas lojas.
O esforço é mais um para tentar acompanhar a velocidade com que os criminosos evoluem as suas falsificações.
Quando a Stanley começou a fazer sucesso no Brasil, as primeiras cópias eram em aço polido, não em aço escovado como os produtos da marca, e não tinham informações no fundo.
Hoje, essas diferenças já caíram por terra e confundem quem pretende adquirir os itens. "Toda marca que não andou para frente, acabou. Eu acho que o combate mais efetivo é a inovação".
Fonte: Revista Exame.
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